sábado, 12 de abril de 2014

Processos de aprendizagem da linguagem, leitura, escrita e lógica matemática


Psicopedagogia Institucional
Stephânia Silveira
DESAFIO PROFISSIONAL
Processos de aprendizagem da linguagem, leitura, escrita e lógica matemática

INTRODUÇÃO 
O trabalho realizado mostra como se processa a aprendizagem da linguagem, escrita, leitura e pensamento lógico matemático, revelando as importantes relações que existem entre esses processos que tem início antes dos primeiros anos de escolarização.
Foi citado neste trabalho a contribuição teórica do construtivismo, dando maior relevância às suas pesquisas sobre letramento e as fases de desenvolvimento das crianças, a fim, de aplicar melhor os conteúdos específicos para cada faixa etária.
Assim, ao entender como se desenvolve o pensamento da criança, o trabalho pedagógico pode se tornar mais simples, tanto para o professor quanto para o aluno.
 

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM, LEITURA, ESCRITA E LÓGICA MATEMÁTICA 

Há muito tempo que se discute como se desenvolve a aprendizagem nos sujeitos. Desde Comenius, pensador do século VII, um dos primeiros a citar que se deve respeitar o desenvolvimento das crianças, até mais recentes pesquisas referentes à educação, dando maior importância aqui às teorias construtivistas, que se tenta mudar os rumo0s da educação.
Comenius, embora seja um pensador de alguns séculos atrás, tem uma visão de educação que se mostra ainda bem aplicada nos dias atuais, reconhecendo a relevância do professor a entender que cada aluno precisa de um tempo para sua efetiva aprendizagem e que esse tempo deve ser suficiente para que o assunto seja compreendido inteiramente.
Trazendo o pensamento de Comenius à atualidade, deve-se lembrar o quanto é extenso o currículo escolar e como é cobrado que todo o conteúdo seja aplicado até o final do ano. Assim, deixa a todos a pergunta: se todos os alunos são capazes de aprender todas as matérias aplicadas durante o ano?
Claramente, percebe-se que não. A maioria dos alunos não consegue compreender todos os conteúdos repassados pelo professor, o que pode comprometer sua aprendizagem e desenvolvimento em outros anos seguintes, pois cada passo mal entendido pode deixar o aluno mais perdido ao ver conteúdos novos.
Isso acontece muito no ciclo de alfabetização, alunos que não tem acompanhamento mais de perto para solucionar suas dúvidas, levará essas por o processo de escolarização, já que os conteúdos seguem uma sequência e não voltam atrás.
Com esses apontamentos volta-se à questão fundamental desse trabalho que é entender como se dá o processo de aprendizagem da linguagem, leitura, escrita e lógica matemática, lembrando que essas aprendizagens caminham juntas desde os primeiros passos escolares.
A linguagem é essencial para o bom desenvolvimento da criança, ela reflete o que o pensamento quer expressar, assim este é parte da linguagem e a linguagem é parte do pensamento, sendo que este comanda todo o processo de linguagem no ser humano.
A criança, ao desenvolver a linguagem, desenvolve sua consciência e representa sua realidade. A partir daí apreende conhecimentos e ainda contribui na construção de novos conhecimentos, pois além de apropriar de significados, atribui os seus próprios sobre o mundo que está á sua volta.
A linguagem oral é específica do ser humano e é possível através do convívio com pessoas falantes, sendo herdada de forma biológica. Já a linguagem escrita precisa ser ensinada de forma mais sistematizada, de preferência na escola, pois esta é herdada culturalmente, por meio de registros aperfeiçoados ao longo da história.
Para começa a escrever a criança precisa entender que cada letra ou conjunto0 de letras representam sons diferentes, para então, juntar esses conjuntos de sons e formar palavras, frases e textos. Se a criança não compreende essa representação dos sons, ela apenas escreve mecanicamente e ainda não lê. Por isso, a importância que se deve dar ao método de ensino da escrita e à etapa de desenvolvimento em que se encontra a criança para que ela seja capaz de entender a relação entre som e letra.
Juntamente com esse processo de aprendizagem da leitura e da escrita, o ensino deve dar mesma atenção ao letramento, o que a criança entende quando lê e escreve. Não é possível um ensino completo em alfabetização, se o letramento fica em segundo plano. O conteúdo a ser apreendido deve ter relação direta à realidade dos alunos, para que esses, além de se interessarem mais pelo assunto, possam compreender melhor o que se lê e escreve, podendo assim aprender de forma mais contextualizada e consequentemente mais prazerosa.
O construtivismo pode auxiliar o professor a trabalhar a alfabetização combinada com o letramento, pois coloca o aluno em constante relação com o meio, por isso os textos introduzidos em sala de aula precisam garantir a atribuição de significados pelos alunos.
Embora o construtivismo seja mal interpretado pela maioria dos educadores, ao deduzirem que ele é um método e por si só basta para haver ensino e aprendizagem, fica evidente que não é bem assim, pois o ensino da leitura e da escrita precisa levar em conta as técnicas silábicas na representação dos sons das letras como um dos primeiros passos para a alfabetização.
Em se tratando do pensamento lógico matemático, o qual se desenvolve sistematicamente na alfabetização, onde os primeiros conceitos estão inseridos, tem-se uma grande relação com a linguagem ao ser usada na argumentação e demonstração de conhecimentos matemáticos. O processo de leitura e escrita de letras, palavras ajudam a incorporar melhor a escrita e a leitura de números, que devem vir relacionados à sua quantidade, para que os alunos percebam que os números representam certa quantidade e não apenas decorar a sequência correta, como se estivesse recitando os números.
Antes mesmo da criança conhecer os números de maneira formal na escola, elam em outras situações do seu cotidiano, já tem um conhecimento mesmo que superficial da matemática. Adultos em sua volta usam esse sistema em coisas simples do seu dia a dia. Um exemplo muito comum, que acontece em casa é colocar a quantidade de pratos na mesa de acordo com o número de pessoas que vão se sentar para comer. Por isso, coisas simples podem tornar a aula de matemática mais próxima da realidade da criança.
Do mesmo modo que na aprendizagem da leitura e da escrita, o conceito de número deve ser apresentado de forma que considere a fase de desenvolvimento em que a criança se encontra, não extrapolando a sequência dos conteúdos, pois seria um trabalho árduo para uma criança abaixo de 5 ou 6 anos de idade, compreender a conservação de quantidades.
Tudo isso mostra o quanto é relevante ao educador estar atento às teorias de aprendizagem e desenvolvimento para que realize um trabalho que não seja cansativo para a criança e muito menos para ele mesmo, pois se o aluno já tem capacidade cognitiva para entender tal assunto, este ficará bem mais simples de ser ensinado e aprendido. 

CONCLUSÃO

Ao concluir este trabalho percebe-se que a aprendizagem infantil se processa na medida em que a criança atinge estádio de desenvolvimento mais avançados, tornando mais fácil o entendimento de conteúdos mais complexos.
Conclui-se também que os processos de aprendizagem na alfabetização envolvem um conjunto de conhecimentos (linguagem, leitura, escrita e lógica matemática) que se relacionam entre si, tornando essenciais para atingir a alfabetização e, ainda com conteúdos contextualizados à realidade infantil, o letramento.
 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RAMOS, Luzia Faraco. Conversas sobre números, ações e operações: uma proposta criativa para o ensino da matemática nos primeiros anos. São Paulo: Ática, 2009. 

SILVA, Nancy Capretz Batista da,  Aquisição da linguagem e escrita. Valinhos, p. 1-58, 2013. Disponível em: <http://anhanguera.com>. Acesso em: 14 set. 2013. 

VILELA, Denise Silva; DORTA, Deizieli. O que é “desenvolver o raciocínio lógico”? Considerações a partir do livro Alice no país das maravilhas. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 91, n. 229, p. 634-651, set./dez. 2010. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/1618/1363>. Acesso em: 18 out. 2013.